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Praedicatho homélies à temps et à contretemps

Praedicatho homélies à temps et à contretemps

C'est par la folie de la prédication que Dieu a jugé bon de sauver ceux qui croient. Devant Dieu, et devant le Christ Jésus qui va juger les vivants et les morts, je t’en conjure, au nom de sa Manifestation et de son Règne : proclame la Parole, interviens à temps et à contretemps, dénonce le mal, fais des reproches, encourage, toujours avec patience et souci d’instruire. Crédit peintures: B. Lopez


UMA PRENDA DE NATAL NÃO SEMELHANTE COM QUALQUER OUTRA (Lc 2, 1-14)

Publié par Walter Covens sur 24 Décembre 2012, 14:29pm

Catégories : #homilias em português

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    Enquanto estava a comer ao meio-dia (mais exactamente às 14.00h) neste domingo, olhava as notícias na televisão. Evidentemente, havia um programa sobre o NATAL : crianças a quem os jornalistas perguntavam o que esperavam do Pai Natal. Houve muitas respostas, como podeis imaginar. Mas entre todas houve uma que me tocou : a duma criança (uma menina) que dizia assim : « de qualquer modo, se o Pai Natal não me levar prenda, eu farei um escândalo ! ». Era a última criança interrogada.

    A seguir, a camara regressou à jornalista que apresentava as notícias ; essa, que tinha ouvido aquela resposta da menina, ficava com com olhar tenro e sorridente.

Eu, não sorri.
Não fui comovido.

    Perguntei simplesmente para mim próprio o que havia-de ser mais tarde aquela criança, que já manifestava uma mentalidade firme de reivindicar os seus direitos e de gritar caso que não aparecesse nada… enquanto que não assumia os seus deveres e responsabilidades.

    Nesta noite, com os cristãos do mundo inteiro, celebramos com alegria a Natividade de Nosso Senhor. Até o mundo celebra Natal, à maneira dele. Em França, um presidente de cámara municipal ralhou porque um presépio tinha sido instalado na praça pública, junto à Cámara. Ele publicou a foto do presépio no seu « blog » e escreveu :
    « Procurai o erro ». Então encontraram a solução para realizar um Natal « não cristão » : Jesus foi deitado para fora e o Pai Natal foi posto no lugar dele. Isso não só é conforme com os « dogmas » do laicismo ; além disso é prático, uma vez que o Pai Natal, ao que parece, é quem traz as prendas. De qualquer modo não se lhe pede mais nada, e ele não nos pede nada. Enquanto que Jesus, ele, chega nu : precisa de panos, de comida,de calor. Jesus é totalmente pobre e não leva nada… mas ele pede tudo ! Pelo menos, é assim que a gente imagina as coisas, mais ou menos conscientemente.

    Uma fábula conta que, um dia, Jesus regressou visivelmente na terra. Era num tempo em que o Pai Natal ainda era desconhecido. Mas já tinham feito com que Jesus fosse um distribuidor de prendas, de toda a espécie. Era um dia de Natal, estavam muitas crianças reunidos para uma festa. Jesus veio no meio deles. As crianças reconheceram-no e aclamaram-no. Então, uma das crianças pediu que prenda Jesus lhe tinha levado, e todas as crianças pediram a mesma coisa. Jesus não respondeu nada, mas abriu os braços…

    Aqui, deixo de contar a história. Jesus vem no meio das crianças. Aquelas crianças, apesar da sua idade, falam como adultos. Foram contaminadas pela mentalidade dos adultos, a mentalidade que reivindica para si e que João Baptista quis emendar quando as pessoas lhe pediam : « Que devemos fazer ? » Resposta (de João à multidão) : « Quem tem dois casacos, quem tem para comer… partilhe com os que não têm » ; (aos publicanos) : « Não devem exigir mais do que é justo » ; (aos soldados) :… « Ficai satisfeitos com o vosso soldo ».

    Ainda há outra coisa. Quando aquelas crianças, contaminadas pela mentalidade dos adultos, vêem Jesus abrir os braços, em que pensam ? Qual a sua reacção inconsciente ? Não se dizem, porventura : « O que é que nos vai pedir ? Não só não traz prendas, mas vai pedir sacrifícios ! ».

    Então, continua a fábula, uma criança disse : « Vede, ele não nos trouxe nada. Meu pai tem razão,     quando diz que a religião não serve para nada, que não nos dá prenda alguma ! ». Mas outra criança respondeu : « Ao abrir os braços, Jesus quer dizer que o que nos traz é Ele próprio; é ele que se nos dá como irmão nosso, Filho de Deus para nos tornar filhos de Deus como Ele ».


    A resposta daquela criança, não é uma fábula. É mesmo o que nos diz S. Paulo na carta a Tito (2a Leitura) : « A graça de Deus manifestou-se para a salvação de todos os homens ». A graça é a prenda mais extraordinária, a prenda do Amor. Jesus há-de dizer que não há maior amor do que « dar a vida pelos seus amigos ». « Dar a sua vida », isso quer dizer,aqui, não um homem que dá a sua vida por outro homem, mas que é Deus quem dá a sua vida divina, para nos tornar participantes da sua divindade !

    Ora, a respeito daquela graça inaudita, prenda não semelhante a qualquer outra, S. Paulo diz-nos que é « ela que nos ensina a rejeitar o pecado e as paixões do mundo, para viver no mundo presente como homens razoáveis, justos e religiosos »… « Para nos tornar povo seu », e acrescenta : « um povo ardente para fazer o bem ».

    Então, sim, haverá sacrifícios a fazer, mas não é o mais importante. O mais importante é a graça. A graça, é a obra de Deus, prenda maravilhosa que só podemos aprender a acolher. O restp vem a seguir e se aprende pouco a pouco. Pois a graça nos « ensina », nos transforma.

    É o que dizia S. Agostinho, quando também ele era assustado pelas exigências da moral cristã,sobretudo em matéria de castidade . Mas, depois duma longa luta interior, iluminado pelo Espírito Santo, ele disse ao Senhor : « Senhor, peça-me o que queres, mas dá-me o que me pedes ».

    Acolhemos, portanto, a graça de Natal. É Jesus quem se dá. É o Pai quem no-lo dá, na dinámica do Espírito Santo. E deixemo-nos transformar por ela à sua imagem e à sua semelhança. Então poderemos experimentar a verdade das palavras de Jesus quando dizia : « Há mais alegria no dar do que no receber ».
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