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Publié par Walter Covens

2 Avent C 1lec
    « A palavra de Deus foi dirigida no deserto a João , filho de Zacarias » . O Evangelho deste dia, bem como o do domingo que vem, apresenta-nos a figura de João Baptista. Aliás, é todo o tempo do Advento que está repleto da presença desse santo que, com o « bom ladrão » é o único que foi canonizado pelo próprio Jesus. Também é, com a Virgem Maria, o único santo que seja celebrado, fora do tempo do Advento, não só pela sua nascença no Céu (dia 29 de Agosto), mas também pela sua nascença na terra (24 de Junho). No entanto, com o Padre Daniel-Ange, « fico dolorosamente surpreendido ao verificar como João está pouco conhecido, pouco celebrado, pouco amado dentro do povo cristão, talvez sobretudo no Ocidente » ; parece que a importância que lhe dá a liturgia não encontra eco algum no coração dos cristãos.

    Há também, é verdade, pessoas a ser zelozas demais . Da comunidade formada à volta de João Baptista, nasceu uma religião muito minoritária que o confessa como único profeta e julga Jesus Cristo, e também Mafoma (em francês : « Mahomet ») como sendo usurpadores. (Aquela religião tem a obrigação de viver junto dos rios, afim de poder baptizar os fiéis. É por isso, principalmente, que ficou confidencial ao ponto de sobreviver apenas em poucas zonas do Irão e do Iraque.)

    Lembremo-nos também de que João Baptista é o Padroeiro do Québec e de todos os Canadianos. Pois foi no dia 24 de Junho (Natividade de João Baptista), no « Rio dos Prados » que foi celebrada a primeira Missa no Canadá. No dia 25 de Fevereiro, o Papa São Pio X confirmou a devoção popular ao proclamar S.João Baptista padroeiro dos canadianos francófonos. Vários santos, tal como o Sto Cura deArs, lhe tinham uma grande devoção.

    Apesar disso, « na sociedade e na cultura do cristão ordinário , no pensamento e na teologia ocidentais, João está como que  escamoteado. (Padre Daniel-Ange ). Para a multidão dos cristãos, João baptista, um dos maiores santos, também é um dos santos mais desconhecidos. Com o fim de o fazer subir  no « hit-parad » dos santos mais amados, o Padre Daniel-Ange escreveu um livro : « João-Baptista. Para o novo milenário, o Profeta da luz » (Ed. des Béatitudes), no qual enumera cinco aspectos da vida de João que tornam a missão dele muito actual :

a)Frente ao novo paganismo religioso, é urgente mandar pelas estradas milhares de pequenos precursores, para levar uma multidão a viver a experiência dum encontro pessoal com Jesus. Ora, João não será precisamente o primeiro dos missionários, dos monges e dos contemplativos ?
b)Num mundo abatido pela tristeza, João é por excelência o Profeta da alegria. Nesses anos jubilares, contagiosa  é a dança dele ao acolher Maria e o seu Filho !
c)Frente aos « virus » da suspeita que minam o organismo da nossa fé, ele é o primeiro a proclamar a identidade divina do Menino, quando diz que Maria é Mãe de Deus.
d)Frente aos « virus » de morte que matam a vida, ele grita que, desde a sua conceição, o embrião é um ser imortal.
e)Frente às prostituições do amor, ao desabamento das famílias, ele derrama o seu sangue para proclamar a verdade ao tirano adúltero e incestuoso. Ele protege o matrimónio humano que é o sinal mais bonito do amor. Ele salva a sexualidade, pela contemplação da Trindade.

    Tudo isso é muitíssimo importante ! Cada aspecto merecia muitos comentários. Neste  2° Domingo do Advento, gostava de falar só no primeiro. No recente « Compemdium do Catecismo da Igreja Católica, encontra-se esta pergunta (n. 102) : Quais foram as preparações dos mistérios de Jesus ? ( é mesmo o tema do Advento). Eis a resposta :

Antes de mais nada, é de notar que houve durante muitos séculos uma longa esperança, que vivemos novamente no tempo litúrgico do Advento . Além da espera escura que depositou no coração dos pagãos,Deus preparou a vinda do seu Filho através da Antiga Aliança, até João-Baptista, que é o último e o maior dos profetas.

    A esperança foi o tema da minha homilia de domingo passado. A resposta do « Compendium » mostra bem a relação entre a esperança e a figura de João-Baptista, que é testemunha da esperança no seu apogeu, o último preparador da vinda do Salvador. No deserto da região do Jordão, ele proclama que chegou o tempo do cumprimento das promessas e que o Reino de Deus está próximo : « Preparai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas ! »

    Na sua solidão, João não é nenhum santo que queira trabalhar sózinho, no seu canto. Poderá, como S.Paulo (cf. 2a Leitura) dar graças « por tudo quanto tendes feito pelo Evangelho » ? Como Paulo, João está à procura de colaboradores, ainda hoje : « Preparai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas ! » Aquelas palavras nos são dirigidas a nós, hoje. Qual será a nossa resposta ? Não será uma resposta só pronunciada com os lábios, decorada como que uma resposta do catecismo. A resposta é esta : ser, tornar-se cada vez mais catequistas.

    Há seis anos para trás, no segundo domingo do Advento, João-Paulo II celebrava o Jubileu dos catequistas para os ajudar a entrar no terceiro milenário. Nesta ocasião deu-lhes, por assim dizer, João Baptista como padroeiro :

« Que figura podia ser mais adaptada do que a de João-Baptista para o vosso Jubileu, carissimos catequistas e ensinantes da religião católica ? (…) Na pessoa do Baptista,  encontrais hoje os exemplos fundamentais do vosso serviço eclesial. Ao confrontar-vos com ele, encontrais coragem para realizar a verificação da missão que a Igreja vos confia. (…)

A página evangélica de hoje convida-nos a um exame de consciência sério. S.Lucas fala-nos em « veredas a endireitar », em « vales a encher », em « montes » e « colinas a baixar », para que cada homem possa ver a salvação de Deus (cf. Lc 3, 4-6) . Aqueles « vales » lembram a distância que se verifica, às vezes, nalguns, entre a fé que professam e a sua vida no dia a dia. O Concílio situou essa distância « entre as faltas mais graves do nosso tempo » (Gaudium et Spes, n. 43).

    Aquelas palavras do Concílio e de João Paulo II : João-Baptista para o terceiro milenário, interrogam-nos :  o que é que fizemos com elas ? Desde o princípio deste novo milenário, desde o grande Jubileu do Ano 2000, que efeitos produziram ? escutemos ainda o que se segue :

As « veredas » a endireitar lembram, além disso, a condição de certos cristãos que, do património integral e imutável da fé, destacam elementos escolhidos de maneira subjectiva, talvez à luz da mentalidade dominante, e que se afastam do caminho justo da espiritualidade evangélica, para se referir a valores incertas inspiradas por um moralismo convencional .

Na verdade, por viver numa sociedade multi-etnica e multi-religiosa, o cristão não pode deixar de sentir a urgência da missão apostólica que levava S.Paulo a proclamar : « Aí de mim, se não anunciar o Evangelho ! » (1 Co 9, 16). Em cada situação, em cada meio de vida, seja favorável ou não, devemos propor corajosamente o Evangelho de Cristo, anúncio da felicidade para cada pessoa de cada idade, de cada categoria, de cada cultura e de cada país.

    Os próprios Pastores da Igreja, seja ao nível universal, nacional ou diocesano, comprometeram-se nesta profunda renovação da catequese em condições sempre evolutivas. Roma já tinha publicado, em 1977 o » Directório geral da Catequese ». Desde o ano de 2000, a Conferência episcopal francesa tinha começado uma obre comprida para pôr em marcha esse « Directório ». Depois de um ano de vai-e-vem entre Roma e França acaba de ser aprovado por Roma o « Texto Nacional para a orientação da catequese em França » (7/11/2006). « Trata-se agora de propôr a fé, quer dizer, não só de a manter, mas de a fazer nascer » (Mgr Dufour, Bispo de Limoges, presidente da Comissão episcopal da catequese e do catecumenato).

    A « bala » está agora no « campo » de cada bispo. Durante a Assembleia do Clero, no dia 3 de Outubro passado, o nosso arcebispo deu-nos uma primeira ideia. Nomeou como nova responsável pela catequese a Irmã Jeanne-Marie CHROMÉ, auxiliada pelo Padre Bruno Latour, pároco do François. À volta deles será constituida, durante  um ano de reflexão, uma equipa diocesana. Na Quinta-Feira, dia 30 de novembro passado, o arcebispo já convocou um primeiro encontro com os delegados dos padres e dos catequistas de cada « arciprestado ». A nossa paróquia  era representada por Madame Danielle Césaire. Aqui memso um encontro há-de ser organizado com o Sr Paroco e todas as responsáveis de ano de catequese da paróquia no dia 30 de Janeiro de 2007 às 18,00h. Obrigado por marcar desde já essa data.

    Mas a educação cristã não é o dominio reservado dos (das) catequistas. Também e antes de mais nada é o dever dos pais, da família. Também é uma tarefa que diz respeito a toda a comunidade cristã, em primeiro lugar aos que frequentam a assembleia dominical. « Da mesma maneira que a transmissão da escritura e da leitura não se faz só pelo ensino, da mesma maneira não podemos ficar satisfeitos por ter explicado às crianças o que é a primeira Comunhão : elas têm que fazer uma experiência : este é o papel fundamental de iniciação pela comunidade cristã reunida no domingo » (Mgr Dufour)

    O fim da catequese é evidentemente ajudar a realizar um encontro pessoal e vivo com Jesus, dentro da comunidade cristã. Para que esse encontro se possa realizar, não só S. João Baptista e S. Paulo, mas também o próprio Jesus precisam de colaboradores, de mediadores. Oxalá S. João Baptista nos ajude a respondermos à sua chamada com generosidade e fidelidade.


(tradução : Pe G.Jeuge)
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